A lenda de Baba Kou: as origens místicas do haxixe e do salão Chillum em Balkh

O haxixe tem uma história rica e mística, profundamente ligada à cultura e às lendas do Afeganistão. Uma das histórias mais fascinantes é a de Baba Ku, uma figura lendária frequentemente chamada de Baba Kou, Baba Ku i Mastan ou Baba Kou i Mastan. De acordo com a lenda, Baba Ku era um homem santo que viajava por Balkh, no Afeganistão, carregando bolinhas de cura marrons que pareciam ser haxixe – um presente que ele havia aprendido a fazer diretamente de Deus. Essa história, citada no livro “Hashish!” de Robert Clarke, faz de Baba Ku a primeira pessoa a criar haxixe seco, tornando-o uma figura central na história do cultivo da maconha.

Baba Ku’s Chillum salon: um santuário de mistério

Na antiga cidade de Balkh, um santuário dedicado a Baba Ku se tornou um local de peregrinação para aqueles fascinados pela história do haxixe. Algumas fontes on-line afirmam erroneamente que o santuário está localizado dentro da antiga fortaleza de Balkh, mas o verdadeiro santuário fica na entrada da cidade. É nesse local que um dedicado malang (homem santo) mantém o santuário vivo, orando a Baba Ku toda vez que acende o chillum. Esse ritual sagrado liga o presente ao passado, preservando o legado de Baba Ku e sua ligação mística com o haxixe.

Em meu livro de fotos, “Afeganistão, Fortaleza da Cannabis”, você encontrará uma entrevista exclusiva com o malang que cuida do santuário, bem como a gravação original de sua narração e excelentes fotografias do próprio santuário. Elas oferecem uma visão rara do significado espiritual e cultural de Baba Ku e sua influência duradoura na cultura afegã do haxixe.

Baba Ku: um herói lendário ou uma figura histórica?

A história de Baba Ku está envolta em mistério, misturando elementos históricos e míticos. Pelo relato de Robert Clarke e pela narração do malang, parece que Baba Ku era mais do que um homem santo, ele era uma figura lendária, semelhante aos heróis dos épicos persas tradicionais. Seu nome, que pode ser interpretado como “Onde está Baba?”, faz alusão ao seu misterioso desaparecimento quando estava sendo atacado por um grande exército. Esse detalhe corresponde à histórica destruição de Balkh por Genghis Khan, durante a qual a população, incluindo místicos e fabricantes de haxixe, fugiu da região.

Esse êxodo provavelmente marcou a primeira onda de popularização do haxixe, pois esses místicos transmitiram seus conhecimentos sobre a resina seca de cannabis para o leste do subcontinente indiano e para o oeste do Oriente Médio. Portanto, a lenda de Baba Ku não apenas reflete a herança cultural do Afeganistão, mas também está ligada à história global do haxixe.

Leia a história completa em “Afeganistão, Fortaleza da Cannabis”.

A lenda de Baba Ku é apenas uma das muitas histórias cativantes exploradas em meu livro de fotos “Afeganistão, Fortaleza da Cannabis”. Por meio de fotografias impressionantes e relatos em primeira mão, este livro investiga as ricas tradições da produção de haxixe no Afeganistão, desde as ferramentas e técnicas até o significado cultural e espiritual dessa antiga arte. Quer você seja um aficionado por história, um conhecedor de cannabis ou simplesmente curioso sobre a cultura afegã, este livro oferece uma jornada única e imersiva no mundo do haxixe.

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Conclusão: um patrimônio preservado em haxixe e história

A lenda de Baba Ku é mais do que apenas um conto, é uma janela para a alma da cultura da maconha afegã. Desde sua criação mítica de haxixe seco até sua presença duradoura nos santuários de Balkh, Baba Ku representa a profunda ligação entre espiritualidade, tradição e a arte de fazer haxixe. Sua história, entrelaçada com as revoltas históricas da invasão de Genghis Khan, também mostra como a cultura do haxixe afegão se espalhou pelo mundo, deixando uma marca indelével na história global da cannabis.

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